Tragédias repetidas marcadas pela negligência

É triste ver uma tragédia como as que ocorreram recentemente, pior que isso é saber que incidentes como esse vão se repetir por pura negligência das autoridades e dos responsáveis da organização dos eventos.

Por: André Salgueiro Lima


No domingo, dia 27 de janeiro de 2013 ocorreu a tragédia na boate do Rio Grande do Sul, um incêndio que pôs fim a vida de mais de 200 pessoas.

Quase um mês depois, em 21 de fevereiro de 2013 um jovem morreu num estádio de futebol boliviano, atingido por um tipo de sinalizador que foi utilizado pela torcida em jogo válido pela Libertadores da América.

Essas duas tragédias guardam alguns elementos em comum, além da proximidade temporal em que ocorreram, em ambos os casos, a catástrofe ocorreu pelo uso de um artefato que não poderia ser utilizado naqueles locais.

Ao que parece, o artefato usado era uma espécie de sinalizador, ou que seja um tipo de rojão, fogos de artifício ou qualquer objeto do tipo, isso pouco importa, o que deve ser ressaltado é que de maneira nenhuma esse objeto deveria ter entrado nos locais dos eventos, tanto na boate como no estádio, tudo poderia ter sido evitado se impedissem a entrada destes objetos, acima de tudo a tragédia foi devida a uma falha na organização, uma falha na segurança.

Infelizmente esse tipo de “acidente” ocorre com uma frequência consideravelmente alta, a experiência passada não serve de lição e logo tragédias como essas se repetem por pura negligência.

Um indivíduo não deve entrar num evento portando uma arma, ou objetos que possam se tornar uma ameaça em potencial para a integridade física dos outros e de si mesmo, isso é muito claro, e é realmente triste acompanhar os noticiários com pessoas morrendo ou se ferindo por causa de algo tão estúpido.

As autoridades não se movem para fiscalizar e punir a administração dos eventos que descumprem as regras de segurança, e a sociedade não pressiona as autoridades, o público fica inerte enquanto assiste ao noticiário, desejando com furor que encontrem um culpado para crucificar, ora, é claro que o indivíduo que deu causa a tragédia praticou um crime e deve sim receber a sua punição nos termos da lei, o problema é que em meio a essa busca pelos culpados a sociedade não se dá conta das causas que permitiram que esses eventos acontecessem, e que vão continuar acontecendo.

Não há como reverter o passado, é impossível devolver a vida de todas as pessoas que morreram nesses e em tantos outros eventos semelhantes, fazer justiça a vida dessas pessoas é muito mais do que procurar por culpados, ao menos, deveríamos impedir que esse tipo de estupidez continue ocorrendo. Estupidez, sim, pois fatos como esses não são acidentes ou tragédias que ocorrem de forma incontrolável, são decorrentes de falhas humanas, perceptíveis, que poderiam ser sanadas se não houvesse tanto descaso com as regras que protegem a segurança e a vida das pessoas.

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