Com
o fim da terceira (e penúltima) fase das eliminatórias da CONCACAF
para a Copa do Mundo, apenas seis países mantêm o sonho de jogar em
gramados brasileiros em 2014. São eles: Estados Unidos, México,
Costa Rica, Honduras, Jamaica e Panamá. Na última e decisiva fase
da competição (chamada Hexagonal Final), que terá início em seis
de fevereiro de 2013, os seis países jogaram entre si, em turno e
returno, os três melhores classificados garantirão um lugar na Copa
do Mundo, o quarto melhor disputará a repescagem contra o campeão
da Oceania.
Neste
artigo, analisaremos cada uma das seleções para tentar determinar
quais delas têm mais chances de arrematar esses lugares na
competição mais importante do futebol mundial.
Por:
Edimon Emerique
Estados
Unidos
A
seleção americana é uma das maiores potências da região (junto
com o México), e por isso mesmo uma das favoritas a obter uma vaga
na Copa do Mundo. A seleção vem passando por transformações
táticas e de estilo de jogo promovidas pelo técnico Jurgen
Klinsmann, e por isso tem encontrado algumas dificuldades para
engatar uma boa seqüência de jogos. O lendário ex-atacante alemão,
que assumiu o cargo no lugar de Bob Bradley demitido após a derrota
para o México na final da Golden Cup de 2011, tem tentado implantar
um estilo de jogo mais ofensivo e de toque de bola, no estilo do
"futebol total", tentando valorizar a posse da bola e o
trabalho de toque e passes, sempre visando o ataque. Klinsmann gosta
que seus times tomem a iniciativa do jogo, mesmo contra adversários
mais fortes, diferente do estilo de Bradley, um pouco mais
pragmático, que valorizava a defesa e os contra-ataques.
No
final dessa terceira fase, os EUA tiveram alguma dificuldade para
obter vitórias, o que comprometeu a campanha americana, e forçou o
técnico a ser um pouco mais pragmático. No final, contudo, a
seleção se classificou em primeiro do grupo, com uma boa seqüência
de vitórias, o que pode dar moral para o time ter um bom inicio de
ano em 2013.
Prognóstico:
Os Estados Unidos se classificaram para todas as copas desde a Copa
de 1990 e se tudo se mantiver nos scripts, eles devem se classificar
para 2014. Klinsmann tem uma filosofia de trabalho bastante
interessante que se for bem implantada poderá causar uma grande
evolução no estilo de jogo dos americanos. Isso somado a boas
promessas que o futebol norte-americano tem revelado poderá levá-los
a tão sonhada quartas-de-finais em 2014. Liderados por Landon
Donovan, Clint Dempsey, Michael Bradley e Tim Howard, eles têm tudo
para brigar pela primeira colocação dessa fase.
Jurgen Klinsmann no comando da seleção norte-americana
México
Os
mexicanos são os grandes rivais dos americanos na região. Eles têm
o futebol mais tradicional da CONCACAF, e vêm engatando uma boa
seqüência de resultados positivos, tanto com a seleção principal,
quanto com as seleções de base.
O
técnico José Manuel de La Torre que já está há quase dois anos a
frente do time vem fazendo um bom trabalho, e conseguiu encaixar bem
o time mexicano, que já tem um estilo próprio de jogo e um
entrosamento melhor que os vizinhos da região.
A
seleção fez uma campanha impecável na terceira fase, e foi a única
a vencer todos os seus seis jogos, somando 18 pontos. O time conta
ainda com uma geração de ouro que inclui jogadores com Javier
Hernández (do Manchester United) e Giovanni dos Santos, além de
outros menos badalados, mas igualmente importantes como Hector Moreno
e Andrés Guardado, e tem um futebol rápido, técnico e envolvente,
que chega ao ataque com muita facilidade. A seleção brasileira
mesmo viu isso, ao ser derrotada esse ano pelos mexicanos. Além
disso, as seleções de base do México também vêm se destacando, o
Sub-23 surpreendeu o Brasil (e o mundo) em Londres, sendo campeões
em cima da seleção de Neymar, Ganso, Oscar e cia. E a seleção
Sub-17 mexicana, foi campeã mundial ano passado em casa, derrotando
o Uruguai, em frente a 100 mil pessoas no Estádio Azteca.
Prognóstico:
As eliminatórias devem ser uma barbada para os mexicanos, que devem
disputar o primeiro lugar com os americanos. Apesar do bom momento,
clássico é clássico, e os mexicanos aprenderam isso, ao sofrerem
uma derrota histórica esse ano para os americanos em pleno Estádio
Azteca, a primeira vitória dos EUA em território mexicano na
história. Além disso, o México tem tudo para fazer uma boa Copa do
Mundo em 2014.
Javier Hernández, jovem talento mexicano que atua pelo poderoso Manchester United
Jamaica
A
Jamaica teve dificuldades para se classificar para o Hexagonal Final,
contou com a derrota da Guatemala para os EUA na última rodada para
obter a vaga. Conhecido por seus jogadores rápidos e atléticos, os
"Reggae Boyz" (como são conhecidos), querem se classificar
para uma Copa do Mundo, pela primeira vez desde 1998 (sua única
participação no torneio até hoje), e desta vez parecem ter boas
chances de conseguir.
Liderados,
desde 2009 pelo técnico Theodore Whitmore, a seleção usa da
velocidade de seus jogadores em jogadas de ataque principalmente
pelas laterais para surpreender seus adversários. E conta com bons
meias e atacantes pelas pontas como Ryan Johnson, Dane Richards e
Luton Shelton. O mercado para jogadores jamaicanos antes restrito a
sua própria liga nacional e aos EUA, hoje está mais amplo e
jogadores jamaicanos conseguem se destacar em times principalmente da
Inglaterra e de países nórdicos, o que vem ajudando a diversificar
e a melhorar a qualidade dos jogadores jamaicanos.
Prognóstico:
A seleção jamaicana por sua velocidade e habilidades individuais,
geralmente jogando um futebol interessante de se ver, é sempre
apontada entre as favoritas para chegar à copa do mundo. No entanto,
só conseguiu esse feito uma vez, agora parece que eles podem chegar
lá, não apenas por suas qualidades, mas também pelos defeitos dos
adversários. Aparentemente, a exceção dos tradicionais EUA e
México, nenhuma outra seleção neste Hexagonal Final, está muito
acima das outras. A Jamaica poderá ainda contar com jovens talentos
como Darren Mattocks, atacante de extrema força física e habilidade
que vem se destacando nesta temporada da MLS, o jogador porém,
parece ser um tipo problemático que pode deixar os jamaicanos na mão
na hora H. Eu contudo, apostaria minhas fichas na Jamaica para
conseguir ao menos uma vaga na repescagem.
Panamá
O
Panamá é claramente a grande zebra desse Hexagonal Final, nunca em
sua história se classificaram para uma Copa do Mundo e agora sonham
como uma vaga nem que seja na repescagem. Contando com jogadores, em
sua maioria de sua liga nacional (alguns poucos jogam nos EUA e da
América Latina ou em ligas muito coadjuvantes da Europa), os
panamenhos querem surpreender a todos e jogar em gramados brasileiros
em 2014. Luis Tejada, jogador do Toluca do México, é o principal
destaque do time. O atacante é o maior artilheiro da história da
seleção com 34 gols e tem fome de bola, só este ano já marcou
cinco gols (em sete jogos) por seu time que é um dos primeiros
colocados do Torneiro Apertura (primeiro turno do campeonato
mexicano). Além disso, pela Copa Libertadores ele fez dois gols em
quatro jogos.
O
Panamá conta também com o talento de seu camisa 10, Nelson Barahona
que joga na primeira divisão da Colômbia e do experiente atacante
Blas Pérez que já marcou 26 gols pela seleção nacional, ficando
atrás apenas de Tejada. Perez vem se destacando pelo FC Dallas dos
EUA e os panamenhos esperam que com esse trio ofensivo, consigam
chegar a tão almejada vaga no Mundial.
Prognóstico:
O Panamá só obteve a vaga neste Hexagonal Final por uma total e
completa incompetência da seleção canadense, que na última rodada
precisava apenas de um empate contra Honduras (para coroar a melhor
geração que o futebol canadense já teve), e acabou tomando uma
goleada histórica dos hondurenhos, 8x1, abrindo caminho para os
panamenhos passarem. Contudo, dificilmente (ou só por um milagre) o
Panamá obtém uma das vagas para a Copa no Brasil (mesmo a vaga na
repescagem). Os panamenhos na verdade devem ficar em último neste
hexagonal e a menos que mostrem alguma força secreta devem ser o
saco de pancadas dos times que realmente concorreram a uma vaga.
Costa
Rica
A
Costa Rica tem uma das seleções mais tradicionais da América
Central, mas em 2010 eles ficaram fora da Copa do Mundo. Agora não
querem repetir o fiasco, e vão fazer de tudo para se classificar
para a Copa de 2014. A seleção costarriquenha tem, nesse momento,
nos pés de Álvaro Sabório e Joel
Campbell
suas principais armas para conseguir a classificação, neles estão
depositadas as esperanças dos costarriquenhos. O experiente atacante
Saborio tem 30 anos e joga no Real Salt Lake dos EUA e já marcou 29
gols pela seleção. Campbell é considerado a principal revelação
da Costa Rica nos últimos anos (quem sabe de toda América Central),
o jovem tem fome de gol e em 2011 fez uma ótima Copa do Mundo
Sub-20, o que motivou sua contratação pelo Arsenal, o jovem talento
já marcou seis gols, em 15 jogos, por sua seleção. Ambos juntos
marcaram oito gols na terceira fase e foram fundamentais para a
classificação da Costa Rica para essa fase.
Prognóstico:
A Costa-Rica tem uma seleção praticamente toda baseada em sua liga
nacional (que não é lá grande coisa), contudo seus principais
jogadores são os poucos que conseguem jogar em times do exterior,
principalmente nos EUA, e países nórdicos (alguns poucos alcançam
bons times da Europa). Contudo, essa seleção, deve ser suficiente
para que os costarriquenhos briguem por uma vaga na Copa do Mundo. A
meu ver Costa Rica, Honduras e Jamaica disputaram a terceira e a
quarta colocação (que dá uma vaga na repescagem), já que em tese,
as duas primeiras vagas serão de EUA e México.
Honduras
A
seleção de Honduras se classificou para a Copa de Mundo de 2010 e
disputou a principal competição do futebol mundial depois de 28
anos de abstenção (a primeira vez que os hondurenhos foram a uma
Copa foi em 1982), agora eles querem repetir o feito e começaram
bem. Na terceira fase se classificaram em primeiro de seu grupo e
terminaram a fase com uma sonora goleada de 8x1 no Canadá,
garantindo sua participação no Hexagonal Final. Os hondurenhos
contam com uma seleção quase toda formada por jogadores de sua liga
doméstica. Seu principal jogador hoje é Jerry Bengston, o atacante
do New England Revolution marcou cinco gols e foi o artilheiro de sua
seleção na terceira fase. Além disso, Bengston foi também três
vezes seguidas artilheiro do campeonato hondurenho e chegou ao
Revolution com ares de astros sendo que ele recebe hoje o maior
salário do clube. O jogador também jogou as Olimpíadas, onde se
destacou marcando os três gols hondurenhos na primeira fase, que
levaram o time a se classificar para as quartas-de-finais do torneio,
fato bastante relevante, já que o grupo contava com Japão e
Espanha, dois favoritos a levar uma medalha na competição. O
atacante Carlo Costly também é uma importante fonte de gols do
time, além dele pode-se citar como destaque o meio-campista do Stoke
City, Wilson Palacios.
Prognóstico:
A seleção hondurenha teve um ótimo desempenho com sua seleção
Sub-23 nas Olimpíadas e terminou o ano em alta, se classificando em
casa, com uma humilhante goleada sobre o Canadá, agora deve iniciar
o ano em um duelo difícil contra a seleção dos EUA. Se tudo correr
como esperado os hondurenhos devem disputar a terceira e a quarta
vagas para a Copa do Mundo contra Costa Rica e Jamaica, tendo assim
sua tão esperada chance de jogar em gramados brasileiros em 2014.
Autor:
Edimon Emerique
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